Escrito por : Unknown domingo, 22 de novembro de 2015


O filme El Pueblo que falta da direção de André Queiroz e Arthur Moura trata do processo histórico de lutas revolucionárias, bem como sobre a violência do Estado na América Latina, sobretudo na Argentina, Chile, Brasil e Peru.

            O foco do autor nesse filme é mostrar as contradições existentes na vida social, enfatizando os conflitos entre o proletário e o capitalismo, bem como a força do Estado na repressão da classe trabalhadora, atuando como representante legítimo dos interesses capitalistas.

            Dentro da temática descrita acima, o filme caminha no sentido de relatar por meio de vivências de diversas pessoas representantes do proletário, a maneira como o povo insatisfeito com as suas condições de vida, onde sofrem constantemente com a falta de reconhecimento do seu papel como integrante da vida social, onde seus direitos de cidadão são marginalizados e deixados ocultos na sociedade. Com isso, o filme mostra os levantes populares, onde a classe trabalhadora se organizou para lutar pelos seus direitos como classe. Se de um lado temos o proletário insatisfeito por ser deixado à margem das políticas sociais, do outro temos o Estado atuando como órgão repressor dessa classe, fazendo uso das forças mais violentas que se pode ter com o objetivo de neutralizar os movimentos revolucionários, e defendendo assim, os direitos do modo de produção capitalista.

            Por meio de entrevistas feitas com diversos militantes que estiveram presentes nos movimentos revolucionários, o filme mostra que o Estado não possui apelo e nem limites ao oprimir e combater as revoltas populares, onde foi responsável pela morte e desaparecimento de muitas pessoas que se ergueram nos conflitos, bem como as principais lideranças (daí o significado do nome do filme “o povo que falta”, fazendo uma apologia a essas pessoas que desapareceram e nunca mais ouviram falar delas, bem como à frieza do Estado ao lidar com esse assunto).

            Contudo, diante dessas circunstâncias onde o proletário é marginalizado e deixado aquém da sociedade, temos que o povo quando se ergue e começa a lutar pelos seus direitos e pela sua dignidade como classe, são visto os seus movimentos como uma ameaça á sociedade, e são chamados frequentemente pela mídia de “baderneiros”, “destruidores do patrimônio público”, “marginais”, entre muitos outros nomes, que por sua vez denigrem á imagem do povo e oculta todos os problemas e desigualdades com que essa classe vive, não levando em conta toda a repressão com que essa classe é submetida em seu dia-a-dia pelo Estado e pela sociedade como um todo, bem como o preconceito e a falta de reconhecimento social.

 

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